Um de nossos mais importantes e tradicionais clientes, a empresa Iochpe Maxion, é líder na produção de vários produtos e entre estes produtos destaca-se as longarinas para fabricação de chassis de veículos médios e de grande porte. – Para aqueles que não conhecem, longarina são longas peças em aço que compõe e suportam o chassi de um veículo.

A Maxion nos trouxe um grande desafio, que seria viabilizar um plano logístico que lhes permitisse exportar suas longarinas para uma importante empresa automobilística no Canadá, levando em consideração a precisão nas entregas e o melhor custo benefício. No caso em questão seriam longarinas de aproximadamente 6 metros de comprimento e deveriam ser embarcadas sem nenhuma pintura.

Fizemos um primeiro embarque teste, utilizando um container de 40’. As longarinas foram acomodadas em pesadas bases de madeira e a Maxion preocupou-se em banhar cada peça em um óleo especial contra ferrugem e finalmente proteger cada embalagem com plástico.

Fizemos o recebimento da carga em Tortonto e pretendíamos vender as embalagens em madeira para utilização em restaurantes, etc. Contudo, logo percebemos que elas haviam sido contaminadas pelo óleo contra ferrugem utilizado nas peças. Notamos também nos pontos onde os carregadores tocaram nas peças com suas luvas de tecido, que o óleo contra ferrugem foi retirado e a ferrugem apareceu.

O trabalho de descarga dos containers foi bastante difícil, pois a quantidade de peças por embalagem era muito grande, além disto, cada uma das peças teria que ser retirada da embalagem de madeira para ser acomodada em racks oferecidos pelo importador e então levados à linha de produção. Além de todo o manuseio, as embalagens de plásticos e madeira contaminadas de óleo, precisariam ser destruídas, gerando assim mais custos. – Quanto as peças, estas ainda precisariam ser levadas para uma outra cidade, onde seriam mergulhadas em tanques especiais, para retirar o óleo de proteção, tornando assim possível a pintura das peças.

Solução encontrada: Considerando que o contrato a ser assinado seria por um prazo de 10 anos, propusemos à Maxion que as peças já saíssem do Brasil em racks de aço que pudessem ser levados até a linha de produção do importador. Em cada container de 40 pés seriam enviados 8 racks e retornariam 82 racks por container, obviamente sem o recolhimento de impostos, já que se trata de devolução de embalagem, devidamente aprovado pela autoridades aduaneiras envolvidas.

Decidimos também consultar um outro grande cliente nosso e eles nos indicaram o uso de um óleo especial que poderia ser utilizado para proteger as peças contra ferrugem. A grande vantagem deste óleo é que poderia ser facilmente borrifado diretamente nas peças e não seria necessário retirar o óleo antes, pois aceitaria sem problemas a pintura.

Considerando apenas estas duas mudanças, a redução de custos foi significativa, além de maior eficiência e facilidade nas operações de carregamento, descarregamento, etc. Mas isto só não bastaria, pois o contrato assinado deixava claro que o Incoterm seria DDP e, além disto, a Maxion deveria manter um buffer de pelo menos 5 semanas de estoques e finalmente entregar as peças de acordo com a programação do importador (just in time).

Diante destas necessidades a König desenvolveu um sistema específico para este projeto. Tal sistema foi desenhado para atender todas as fases do projeto e cobriria cada embarque desde sua preparação ainda na planta da Maxion, na cidade de Cruzeiro/SP, devendo controlar o carregamento de cada peça e sua respectiva entrega na linha de produção do importador, mantendo controle permanente do estoque (FIFO), número de série, nível de engenharia, preço e faturamento via EDI enviado diretamente ao sistema do importador.

Quanto aos 1546 racks utilizados para envio destas peças, todas as idas e vindas foram controladas integralmente.

Este projeto durou 10 anos, finalizando em novembro de 2009 e em nenhum momento houve qualquer descontrole sobre qualquer peça ou rack.